Médicos que escrevem podem ter papel além da Medicina

Além do universo científico médicos podem auxiliar com orientações relevantes.

    Poderíamos estar falando tranquilamente de Guimarães Rosa, Jorge de Lima, Moacyr Scliar e, entre outros, Roquette-Pinto, mas não vou abordar sobre esses escritores que se destacaram nacionalmente, alguns mundialmente, no universo literário. Aliás era bastante comum até poucos anos atrás médicos e outros profissionais de saúde escreverem e de forma recorrente serem lidos em colunas dominicais de jornais.

    Hoje poucos são vistos, sendo o mais conhecido o oncologista Dr. Dráuzio Varella que debutou no mundo literário com o clássico Estação Carandiru. Porém o Medscape publicou notícia em seu portal (em inglês) em que aponta as especialidades que lidam com diariamente, senão a cada hora, com situações estressantes a exemplo da Oncologia, que não é a única especialidade, como é descrito na postagem. O site cita a Dra. JL Lycette médica oncologista que edita um blog e a mesma afirma que "Quando lutamos com a vida e a morte diariamente, em algum ponto, precisamos de uma saída para compartilhar essa luta."

    Médicos e outros profissionais de saúde são aqueles em que pessoas em momentos de maior fragilidade irão recorrer, não raramente os únicos. O contexto tecnológico da Medicina atual não pode deixar o vínculo de confidencialidade médico-paciente ser extinto, pois isso significaria a perda do propósito da medicina de levar o conforto sempre. Pode ser bastante difícil a rotina exaustiva e não raramente desumana em que esses profissionais são submetidos, mas o paciente também está nesse mesmo contexto.

    A válvula de escape citada no artigo do Medscape é notada também pinturas, música e outras manifestações artísticas de profissionais médicos, devendo inclusive ser estimulada a fim de se evitar transtornos a exemplo do Burnout que é mais comumente visto atualmente.

Visão pessoal

    Concordo plenamente com a ideia de compartilhar por meio da escrita vivências ou até mesmo compartilhar histórias. Quem tem feito um excelente trabalho aqui no Brasil é a Dra. Ana Cláudia Quintans, a quem tive o prazer de conhecer pessoalmente. Dra. Ana tem desbravado um caminho de imensa dificuldade, tornar o Cuidado Paliativo uma área da Medicina em que não signifique o fim e muito menos o "nada a ser feito".


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